segunda-feira, 26 de janeiro de 2015


 Um Testemunho Eficiente
Texto: Atos 17:1-9

Introdução
Numa reportagem, uma suposta “profetiza" afirmou que
 “Deus deu a ela a virgindade de novo. Ainda disse que está esperando um príncipe com quem se casará. E afirmou que os animais têm visão espiritual do bem e do mal,
Essa é uma pequena porcentagem da bagunça existente em muitos lugares, onde se toma o nome de Jesus como ponto de partida para toda sorte de engano. Mas como disse Francis Schaeffer:
As Escrituras são, a estrutura de referência, o meio pelo qual o Deus infinito e pessoal, que criou tudo “fora de Si mesmo”, se revela”.
Diante disso, comparando o testemunho dessa “bem intencionada” crente, com os verdadeiros fundamentos estabelecidos na Palavra de Deus, concluímos quão enganados são aqueles que tentam estabelecer as suas experiências como normativa de vida cristã, sem o apoio das Escrituras.
Por essa razão, precisamos voltar à Palavra de Deus e ver como se dar um verdadeiro “testemunho eficiente”. Para situá-los no contexto, é necessário dizer que Paulo e Silas havia pregado ao carcereiro na cidade de Filipos. Após serem soltos, ambos seguiram para outra grande cidade da região da Macedônia- Tessalônica (17:1).
Uma vez lá como de costume, os missionários se dirigiram para a sinagoga, no intuito de pregar aos judeus. E é justamente a partir do exemplo desses dois servos de Cristo, que aprendemos a testemunhar de forma eficiente. Vejamos em que consiste um testemunho eficiente!

I. Ele deve Levar Clareza às Mentes Confusas v.2-3
A.    Apesar de os judeus serem os privilegiados por Deus, para administrarem os “oráculos” divinos, recusaram o Messias por causa de sua própria interpretação do Antigo Testamento. Daí, compreendendo a mente confusa do seu povo, Paulo aonde chegava, ia procurá-los no intuito de auxiliá-los na compreensão da mensagem do evangelho. Diz o texto: “como de costume” (v.2).
B.    Observe ainda, que ao se colocar como instrumento nas mãos de Deus, Paulo não vai baseado nas suas experiências, mas na Escritura. A Escritura é o meio pelo qual Deus resolveu se revelar ao homem, no que diz respeito a tudo que sua criatura precisa saber acerca do plano salvífico de Deus em Jesus Cristo.
C.     Ilustração
Spurgeon disse certa vez:
Irmãos, a verdade de Deus é o único tesouro que procuramos, a Escritura é o único campo onde podemos cavar para encontrá-lo. Nós não necessitamos nada mais do que aquilo que Deus achou próprio revelar”.
D.    No (v.3) vemos que foi exatamente esse o caminho tomado por Paulo para “esclarecer as mentes confusas” dos seus compatriotas. Ele age como um promotor que diante de todos expõe provas convincentes para que a sua denúncia seja aceita. O AT é vasculhado e tirado todas as provas acerca de Cristo como o Redentor do seu povo. Paulo faz isso para que os seus ouvintes não coloquem sua fé numa coisa qualquer, mas no Deus que escreveu a história da redenção, e deu-a como referência para que o indivíduo encontre as respostas referentes à SALVAÇÃO.
E.     Aplicação
1.     É quase algo sagrado as pessoas convidarem as outras para irem ou voltarem para a igreja. Tenho ouvido pais dizerem aos filhos: vocês precisam voltar para a igreja. Isso certamente não é de todo errado, mas não podemos perder de vista que apesar de as pessoas virem para a igreja, elas precisam mesmo é tomar conhecimento do perigo que elas correm.
2.     Suas mentes precisam ser esclarecidas sobre a perdição em que estão sem Jesus, como seu Salvador. Porém, faça isso não com sua boa intenção, mas fundamentando todo o seu discurso na palavra de Deus. Abra a Bíblia e deixe Deus falar com elas.

II. Ele deve Tornar as Mentes Confusas Seguidoras de Cristo v.4
A.    A mensagem divina sempre dividiu os ouvintes em dois grupos. Nas narrativas dos evangelhos sempre veremos essa divisão. Aqui em Atos não é diferente. Lucas fez questão de registrar o ocorrido, mencionando primeiramente o resultado positivo.
B.    Vejam os irmãos que ao se juntarem a Paulo e Silas, os que aceitaram a palavra o fizeram por causa da exposição da verdade divina; o que também é verdadeiro em relação aos que rejeitaram (v.5). Neste caso, cumpriu-se o que Deus disse por boca de Isaias, que “a sua palavra não voltaria para Ele vazia, mas faria o que lhe apraz e prosperaria naquilo para o que Ele designou” (Is.55:11).
C.     Ilustração
Como disse Mark Dever: “A palavra de Deus é o seu instrumento para criar vida
D.    Aplicação
1.     Querido, eu e você como igreja, somos o que somos porque a Palavra de Deus tem nos trazido vida. Pedro disse que tivemos nossa alma purificada pela nossa “obediência a verdade” (1Pe.1;22), e fomos regenerados “mediante a palavra de Deus” (1Pe.1:23).
2.     Se essa é a normativa, devemos testemunhar eficientemente, tendo como ferramenta a palavra de Deus. Sigamos o conselho de Paulo a Timóteo: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, que não” (2Tm. 4:2).
3.     Isso vai nos guardar de querermos contentar-nos com conversões forjadas pelas artimanhas humanas, pois, a palavra, ao alcançar um coração, santifica-o para bom uso. Disse o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl.119:105). Jesus salvou a igreja, entregando-se por ela, “para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef.5:25-26).
4.     Além disso, nos ajudará a aliviarmo-nos da carga de querer que as pessoas mudem por elas mesmas. Ou mesmo achar que o nosso jeitinho vai dar conta do recado. Deus elegeu um instrumento poderoso para chamar os eleitos na graça.

III. Ele deve Estabelecer a Diferença entre o Crente e o Descrente v.5-6
A.    No primeiro século e até pouco tempo atrás, havia uma clara evidência da diferença entre um crente e um descrente. Não estou dizendo que devemos ser chatos aponto de não convivermos com as pessoas. Mas resgatar a visão bíblica da separação.
B.    O crente de acordo com as escrituras tem anseio por Deus (Cl.3:1; cf. Sl.42), o descrente tem repúdio por Ele (Sl.14:1;53:1; cf. Rm.3:11-12). O homem perdido é inimigo do evangelho (v.6b), o homem salvo tem prazer na palavra viva do Deus vivo (v.11). O evangelho estabelece essa diferença.
C.     Se hoje, como sempre ocorreu na história da igreja, os homens ímpios tentam cercear o cristianismo, isso se dá por causa da sua própria natureza rebelde contra o Criador. Porém, quando testemunhamos eficientemente do projeto do evangelho, os de Deus serão conhecidos pelas suas atitudes e os perdidos pelas deles.
D.    Aplicação
1.     Nos dias do Filho de Deus, Ele garantiu que “todo aquele que o Pai” dá a Ele, “esse virá” (J0.6:37). Ao falar da nova aliança em Jesus Cristo, Jeremias ressaltou o que Deus faria na vida dos Seus: ”Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei, eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr.31:33).
2.     Mas observe que num dos discursos de Cristo, ao final do mesmo, diz João: “À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele” (Jo.6:66). Diante do quadro, Jesus pergunta aos doze se eles queriam seguir os demais; e a resposta de Pedro foi: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo.6:68).
3.     Ao ler essas passagens, em especial a da fala de Pedro, o que concluímos? Pois bem, quem é de Deus ouve a palavra de Deus. Sua vida é transformada à medida que é exposta à poderosa Palavra de Deus. Mas o perdido continua como sempre esteve; suas obras são das mais perversas (At. 17:5).
Conclusão
Diferente da suposta profetiza que afirmou coisas absurda, demos um testemunho eficiente. Ao falar às pessoas da graça que há em Cristo, não esqueçamos que um “testemunho eficiente” deve:
1.     Levar Clareza às Mentes Confusas;
2.     Tornar as Mentes Confusas Seguidoras de Cristo e;
3.     Estabelecer a Diferença entre o Crente e o Descrente

Que o Senhor nos ajude enquanto estamos no caminho! (Gn.24:27)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015


Instrumentos nas Mãos do Redentor


Texto: At.16:27-34

Introdução
Paul Davi Tripp em seu livro: Instrumentos nas mãos do Redentor, disse uma verdade desacreditada hoje em dia por muitos que se dizem cristãos. A verdade é: “uma ajuda que transforma o coração, nunca será encontrada no entulho das ideias humanas” (p.26).
Ao dizer isso, ele fundamentou-a dizendo: “Se um sistema pudesse nos dar o que precisamos, Jesus nunca teria vindo” (p.27). Essa é a percepção de quem sabe do valor da encarnação, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. 
E é exatamente isso que Paulo e Silas estão fazendo na cidade de Filipos. Eles sabiam que a morte de Cristo não aconteceu sem uma razão. Com essa compreensão, os dois homens estão unidos na propagação dessa mensagem. Paulo em particular era um “instrumento escolhido para levar o nome [Senhor] perante os gentios e reis” (9:15). Sabedor disso, ele afirmou:
sem detença, não consultei carne e sangue” (Gl.1:16).
logo, já não sou eu quem vive,, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl.2:20).
E mais, disse ele:
Pois estou pronto... até para morrer... em nome do Senhor” (At.21:13).
Por qual vantagem? Simples! Disse ele:
“Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Gl.1:21).
Diante dessas informações, a pergunta que devemos fazer é: o que se REQUER de nós para sermos “instrumentos nas mãos do Redentor? Vejamos!

I.  Que sejamos Expositores dos Perigos do Inferno v.27-28
A.      Depois de Gênesis três, todos os homens se tornaram alienados de Deus. “Todos pecaram e carecem da glória Deus” (Rm.3:23). “Todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis” (Rm. 3:12). Por causa disso, todos os descendentes de Adão, são capazes de atos egoístas, como tirar a própria vida, como foi o caso desse personagem.
B.       É claro que há por trás da sua atitude, uma pressão, por causa do castigo que ele receberia, caso os presos fugissem, mas o que imperou e o levou àquela ação foi nada menos que a herança que ele recebeu do primeiro Adão.
C.       Mas diante do desespero do carcereiro, entra em cena alguém, agora, descendente do segundo Adão, com discernimento suficiente para ajudar o AINDA descendente do primeiro Adão, acerca do perigo que ele corria, bradando em alta voz: “não te faças nenhum mal”. Aquele homem não precisaria andar mais no caminho da escuridão.
D.      Ilustração
Nosso problema mais profundo é que buscamos encontrar nossa identidade fora da história da redençãoP. D. Tripp, p.52.
E.        Aplicação
1.     Diante disso, os que já foram feitos descendente do segundo adão, devem levar aos perdidos, essa notícia do seu estado de escravidão. Ao fazer isso, apontem para o Redentor; e isso começa quando se brada em alto e bom som, os perigos do inferno.
2.     Anuncie aos seus filhos, parentes, amigos, vizinhos e aos desesperados, que “não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At.4:12). Diga-lhes que todas as tentativas humanas são inúteis e não podem sarar a chaga que há em cada homem sem Cristo.
É isso que se REQUER de nós se queremos ser “instrumentos nas mãos do Redentor”: Exímios Expositores dos perigos do inferno.

II. Que sejamos Expositores da Graça que Há em Cristo v.29-31
   A.    Os mesmos lábios que bradaram os perigos, também bradaram, anunciando o Libertador. Ao se apresentar trêmulo diante de Paulo e Silas, o carcereiro ouviu de forma clara e objetiva, sobre o que deveria fazer.  O homem em desespero é direcionado para a cruz: “crê no Senhor Jesus e serás salvo...” (v.31).
   B.    Agora, observe que há uma diferença de reação à mensagem entre o ouvinte dos apóstolos e o ouvinte dos nossos dias. Este quando muito, depois de ouvir um sermão diz: “que belo sermão”; mas àquele, perguntava: “que devo fazer para ser salvo?”.
   C.     Talvez essa diferença se dê pelo fato de os apóstolos tratarem com mais seriedade a redenção que há em Cristo Jesus, e transmitirem isso com tudo que tinham. Vamos lembrar que em meio a prisões e açoites (v.22), os dois soldados de Cristo adentraram a madrugada louvando a Deus, como forma de testemunho (v.25).
   D.    A graça de Deus para eles era muito mais do apenas recebê-la como se fosse barreira de contenção, livrando-os do inferno. Por traz dessa graça eles viam propósito, soberania e alistamento para os seus soldados (Rm.8:28).
   E.     Por isso que o tumultuo promovido pelos os senhores (v.19) daquela jovem escrava de Satanás e suas conseqüências foram vistos como oportunidade de pregar a graça que há em Cristo.  Não tenho dúvidas que a postura desses dois soldados convenceu o carcereiro.
   F.     Aplicação
      1.     Nos dias de Cristo, alguns O admiravam porque Ele “falava como quem tem autoridade”. O problema dessa admiração é que ela pode apenas tornar alguém mero observador, sem nenhuma convicção do que implica o sacrifício de Cristo na Cruz.
     2.     Portanto falemos às pessoas que Cristo “foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm.4:25). Anunciemos que ele é o único “Autor e Consumador da fé...” (Hb.12:2), bem como “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e o homem, Cristo Jesus homem”(1Tm.2:5).
     3.     Permitamos que a nossa vida e os nossos lábios esbanjem a graça do Nosso Senhor, aos que vivem ao nosso redor sem esperança. Fomos chamados para proclamar “as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe.2:9).
É isso que se REQUER de nós se queremos ser “instrumentos nas mãos do Redentor”: Exímios Expositores da graça que há em Cristo Jesus.

III. Que sejamos Expositores dos Fundamentos da Fé Cristã v.32-33
   A.    De tudo que já estudei sobre a história da igreja, não encontrei nenhum vestígio da permanência dos convertidos, sem que tivessem sidos fundamentados na Sã doutrina. Aliás, a reforma, da qual somos frutos, levantou como Bandeira a Sola Scriptura.
   B.    Se voltarmos para os ensinos de Jesus, leremos na sua oração sacerdotal:
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo.17:17).
A um grupo de religiosos, Ele recomendou:
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que testificam de mim” (Jo.5:39).
Aos seus leitores, Pedro fez questão de informar-lhes que foram:
 “regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1Pe.1:23).
 C.     Voltando para Paulo, não o vemos negligenciando esse princípio. Pelo contrário, logo que direcionou o homem para a graça de Cristo (v.31), passou a fundamentar a fé, na qual ele e sua família deveriam permanecer (v.32).
D.    O resultado? Conversão e rendição de toda uma família ao senhorio de Cristo. Como é pastor, senhorio de Cristo? Sim! Diz o texto que eles se submeteram a primeira ordenança de Cristo- o batismo (v.33b). E parece-nos que eles foram os crentes mais eufóricos do primeiro século (V.34b). E tudo indica que esse homem se tornou um grande líder na igreja em Filipos.
E.     Aplicação
1.     Queridos, está se tornando modo, pessoas começarem e estabelecerem igrejas baseadas simplesmente em entretenimento. Penso eu que atividades lúdicas têm o seu lugar; o que não posso dizer o mesmo de atividades chatas. Mas se qualquer pessoa não inicia a vida cristã, conhecendo e aceitando os fundamentos da fé cristã, é questão de tempo, para tudo não passar de um mal entendido.
2.     Por isso, podemos dizer que, a Bíblia precisa ser a atração principal nas atividades de qualquer igreja que deseja honrar o seu Mestre e fortalecer os seus membros. Façamos dela a nossa bandeira (2Tm.4:2).

Conclusão
Voltando ao que disse Paul David Tripp:
 “uma ajuda que transforma o coração, nunca será encontrada no entulho das ideias humanas”.
Se isso é verdadeiro, precisamos voltar as Escrituras em busca de fundamentos para sermos “Instrumentos nas mãos do Redentor”. E Paulo e Silas têm muito a nos dizer, pois eles são exemplos de:
1. Expositores dos Perigos do Inferno.
2. Expositores da Graça que Há em Cristo.
3. Expositores dos Fundamentos da Fé Cristã.

Que o Senhor nos ajude a sermos bons instrumentos nas mãos do Redentor!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015



Testemunhas de Cristo perante o poder das trevas

Texto: At.4:1-22

Introdução
A história da igreja de Cristo é mesclada de altos e baixos; nela contemplamos momentos fervorosos, bem como momentos de depressão espiritual. Ao olharmos para um dos momentos de depressão espiritual, mais especificamente no século XVII, por volta de 1662, ficamos sabendo que a igreja na Inglaterra chegou a tamanho declínio espiritual, que de uma só vez, “dois mil ministros puritanos foram enxotados” de seus púlpitos (O zelo evangelístico de George Whitefield, p15). Todos eles foram expressamente proibidos de pregar em suas igrejas.
Em meio a esse declínio espiritual, vários Atos foram aprovados, cujas proibições, foram desde proibir reuniões nas casas, até ao absurdo de proibir os ministros de se aproximarem de suas antigas igrejas.
Vinte e seis anos depois, ou seja, em 1689, quando essa perseguição foi retirada pelo Ato de tolerância, a maioria daqueles dois mil homens já havia morrido, e seus corpos enterrados em um cemitério separado, fora dos limites da cidade de Londres.
Ao mesmo tempo, em muitos púlpitos da igreja da época, a pregação estava sendo corrompida por um palavreado desconhecido das Escrituras. Salvação pela graça, pecado, inferno, evangelização e outros temas, haviam sido negligenciado.  O caos estava instalado e o poder das trevas reinando.
Você pode estar se perguntando: o que tudo isso tem a ver com o texto? Pois bem, o contexto no qual está inserida a passagem, não é muito diferente do contexto do século XVII. A depressão espiritual era grande; a perseguição a Cristo o levou a morte, e os seus discípulos igualmente foram alvo de tudo isso.
O contexto imediato envolve a cura de um coxo de nascença (3:1-10), seguido de uma poderosa pregação feita por Pedro, a qual elevou o número de conversos a quase cinco mil (4:4). A essa altura do campeonato, entra em cena os religiosos (4:1) saturados das verdades divinas (4:2), com o intuito de calar os dois apóstolos (4:18).
Mas Pedro guiado e movido pelo Poder do Espírito Santo, se posicionou (4:8,19) como testemunha de Cristo perante o poder das trevas. E a partir do seu exemplo, podemos aprender como ser uma “testemunha de Cristo perante as trevas”. Vejamos do que precisamos para segui-lo!

I. Precisamos Comprometer-Nos com o Mestre v.8-12
A.    Observem primeiramente que os opositores de Cristo e seus discípulos eram muitos, inclusive, incomodados com o ocorrido no templo (4:7b).  A pergunta traz consigo o temor de perder espaço, dado os últimos ocorridos, visto que, conforme registrou Lucas, “vendo com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário” (v.14). Certamente eles temiam perder espaço, pois nada poderia contradizer o ocorrido.
B.    Diante de tal perturbação na mente daqueles religiosos, Pedro se posicionou (v.8). Porém, não para competir com a casta sacerdotal, mas estabelecer o fundamento da cura do coxo (10). Pedro não se comprometeu com seus próprios ideais, mas com a realização do autor da vida, pois disse ele; “tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que em nome de Jesus Cristo... é que este está curado perante vós” (v.10)
C.    Além disso, no comprometimento de Pedro com o Mestre, ele não deixou passar a oportunidade de confrontar aqueles homens, afirmando ser eles os assassinos de Cristo “a quem vós o crucificastes” (v.10). Mas apesar do que fizeram com Cristo, na compreensão de Pedro, Cristo é o único autor da salvação, “não há salvação em nenhum outro” (v.12).
D.    Aplicação
1.     Se Cristo não for a razão maior da nossa caminhada cristã, será questão de tempo a manifestação do nosso enfado. A razão disso, é pelo fato de Ele mesmo ter dito que se o crente não permanecer nele, não poderá dar frutos (Jo.15:4).
2.     Também não fomos chamados para ser o centro das atenções, mas Ele. Isso se dar pelo fato de somente Ele poder fazer de nós o que somos. A vida, o nosso tempo de existência, a nossa salvação e demais bênçãos, são resultado da sua graça. Portanto, comprometa-se com Ele, caso queira ser uma de suas testemunhas verdadeiras.

II. Precisamos Imitar o Mestre v.13
A.   A ousadia vivida pelos dois discípulos criou a oportunidade de os seus inimigos os identificarem com o seu Mestre. Vejam que os religiosos analisaram os discípulos à luz dos valores dessa vida “sabendo que eram homens iletrados” em busca de algo consistente aos seus olhos, mas não o encontraram, senão, insignificância.
B.   Mas uma coisa eles não puderam negar: a semelhança dos discípulos com o seu Mestre, pois como ressalta Lucas: “reconheceram que haviam eles estado com Jesus”. Que coisa extraordinária! Precisamos de mais crentes em nossos dias com esse calibre!
C.   Aplicação
1.     Imitar a Cristo não tem preço. Isso porque são marcas que ficarão eternamente cravadas em nosso ser.  Não apenas perceberemos, mas outros as verão e perceberão a quem pertencemos.
2. Mas percebam que essas marcas não têm nada a ver com as promovidas pelo marketing evangélico de nossos dias como: riqueza, saúde perfeita, sucesso profissional e sentimental (o que tem lugar em nossa vida) etc., mas as encontradas no Mestre como: desprendimento, serviço, sacrifício, determinação, coragem, ousadia, intrepidez, convicção etc. 
 Portanto, imite-O em sua caminha cristã. Viva de tal forma que a sua a vida seja o silêncio dos incomodados.

III. Precisamos Obedecer ao Mestre v.18-21
A.   O recado foi curto e grosso. “não falem, nem ensinem”. O desejo deles era: não queremos perder o nosso lugar e prestígio para esse morto. A mensagem do evangelho incomodava aquela gente.
B.   Ilustração
Certa feita uma senhora reclamou com o pastor novato de sua igreja quanto ao seu estilo de pregador. Ele tentando se arrumar na nova igreja, se esforçou para mudar. Duas semanas depois, outra senhora incomodada com a mudança, interpelou-o nos termos: quem lhe desafiou a mudar o seu estilo no púlpito? Volte a pregar como você pregava ao chegar aqui.
C.   Pedro e João receberam um desafio semelhante, mas corajosos e obedientes que eram, reafirmaram o seu compromisso com o seu chamado (v.19).  Eles se viram incapazes de calar a sua consciência diante das provas da ressurreição: “pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (v.20).
D.   Aplicação
1.     Queridos, Deus está acima de qualquer pessoa ou instituição. Qualquer obediência que coloca Deus em segundo plano deve ser questionada. Por outro lado, se ao obedecer a Deus, isso lhe custar alguma perda, obedeça-o sem medo.
2.     Porém, se você titubear pensando mais no que poderá perder por causa de sua obediência, é hora de você repensar o teu cristianismo, e ver se vale à pena permanecer um de seus adeptos.
3.     Em vez disso, as evidências da obra de Cristo em sua vida deve silenciar os incomodados.  Paulo cansado do desprezo, disse aos gálatas “quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus” (Gl.6:17). As marcas da sua obediência ao seu Senhor devem aparecer em toda a tua vida.
Conclusão
Queridos, cada dia que passa, mas perto estamos do nosso resgate final. E quanto mais se aproxima o nosso resgate, mas difícil fica a caminhada com Cristo. Neste desencontro entre a nossa redenção e as dificuldades que encontramos em nossa caminha com Cristo, fiquemos firmes como Pedro e João. Como vimos, Eles:
  1. 1. Foram comprometidos com o Mestre
  2. 2. Imitaram o Mestre
  3. 3. Obedeceram ao Mestre

Ao assumir essa postura, qualquer crente terá as suas dificuldades, mas te garanto que vale à pena. A Bíblia está repleta de garantias, como por exemplo, (1Co.15:58) “sede firmes, inabaláveis e sempre abundante na obra do Senhor,sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”. Confira (Hb.6:10).
Sejamos testemunhas de Cristo perante o poder das trevas!


sábado, 10 de janeiro de 2015


Como anda o aconselhamento?
É triste dizer, mas “vivemos em tempos estranhos” (John MacArthur). A igreja mais do que em qualquer outra época, vive de mãos dadas com a psicologia. De início podemos afirmar, com tão bem colocou John MacArthur que:
               “A psicologia e o cristianismo são antagônicos desde o princípio[1]”. 
Essa diferença se dar em razão de o cristianismo ter sua origem em Deus, enquanto que:
    “a... psicologia baseia-se em pressupostos ateístas e fundamentos evolucionistas[2]”. 
Os dois andam de mãos dadas.  Vejamos  seus fundamentos!

Os fundadores da psicanálise ou psicologia[3]
   1. Freud- “odiava a religião, especialmente a religião cristã”. Seu maior desejo foi “destruir a fé das pessoas num Deus cristão”. Ele considerava a fé cristã como “uma neurose pessoal e um mal social”. Sua mais perigosa declaração era: “Eu me tenho por um dos mais perigosos inimigos da religião”. Para ele a religião era, “a neurose obsessiva da humanidade”. Carl Marx também disse que a “religião é o ópio do povo”.
   2. Carl Jung- Ele dizia que, “todos os neuróticos buscam o religioso” e “toda conversa acerca de Deus é mitológica”. Seu conselho aos teólogos protestantes era que deveriam “abandonar seu... alegado conhecimento de Deus pela fé e admitir ao leigo que está mitologizando”. Ele rotulou o cristianismo bíblico de “oco, irrelevante e daninho”.
Obs.: todo esse emaranhado de idéias psicológicas surgiu “dessas raízes antigas, que cresceram a partir de sementes de rebelião contra Deus”. (Fatos sobre auto-estiam- psicológica p.24)
Portanto, caros irmãos, a pregação fiel da Palavra de Deus é o fiel meio de graça para a igreja ser edificada. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo.15:3; cf. 1Co;1:21; Hb.4:12). 
MacArthur está certo ao dizer:
       “Deus mesmo não estima muito os conselheiros que reivindicam representá-lo, mas que, na realidade, dependem de sabedoria humana” (p.39).

A Igreja e o Aconselhamento
Desde os primórdios do cristianismo, o aconselhamento foi parte integrante do ministério da igreja local. Vejamos alguns textos:
1. (Rm.15:14) “... E certo estou, meus irmãos...  de que estais possuídos de bondade... aptos para admoestarde uns aos outros
2. (Hb.3:13) “... exortais-vos mutuamente...”.
3. (1Tes.4:18) “Consolai-vos uns aos outros com estas palavras”.
4. (1Tes.5:11) “Consolais-vos uns aos outros e edificais-vos reciprocramente
5. (Gl.6:1) “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois espirituais, corrigi-o com o espírito de brandura...”.
5. (Cl.3:16) “Habite ricamente em vós a palavra de Cristo, instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus”.
Conclusão
A igreja dos nossos dias precisa voltar a seguir os passos da igreja do primeiro século; conhecendo também com fins pedagógicos, a trajetória de grupos, como os puritanos, para edificar a si mesma em amor. Paulo fundamentou a razão de Deus outorgar à igreja uma equipe de lideres, dizendo:
 “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para o outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef.4:14).
Fazendo assim, a Igreja de Cristo estará efetuando:
“... o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”. (Ef.4:16).
Lembremo-nos da citação que fiz de John MacArthur:
Deus mesmo não estima muito os conselheiros que reivindicam representá-lo, mas que, na realidade, dependem de sabedoria humana”.
Portanto, Pastores, professores, líderes etc., finalizo minha introdução citando três pensadores :

A saúde da igreja depende de pastores que infundem em suas congregações uma profunda convicção bíblica e teológica” Albert Mohler Jr

Igrejas que são alimentadas com nada mais do que “princípios” ambíguos extraídos supostamente da palavra de Deus estão fadadas a imaturidade espiritual, que logo se tornará visível em comportamento, complacência e uma séria de outros males espirituais”. Albert Mohler Jr

“...a pregação da Palavra é a primeira característica distinta da igreja” Lutero

“... a convicção do pastor quanto à pregação teológica se torna o fundamento para a transferência dessas convicções ao coração do povo de Deus” Albert Mohler Jr.

"Encontro no evangelho satisfação para minha mente, satisfação que não encontro em nenhum lugar... Não há um problema em minha vida que o evangelho não oborde e não ofereça uma resposta. Encontro descanso intelectual e resposta para todas as minhas perguntas" (Martin Lloyd-Jones)

Leiamos (2Tm.4:1-2).
conjuro-te perante Deus... prega a palavra,, insta, quer seja oportuno, que não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina

Que o Senhor proteja sua igreja dos predadores?





[1] Introdução ao Aconselhamento, p.15
[2] Introdução ao Aconselhamento, p.26

3] Citações feitas a partir da obra: Fatos sobre auto-estima-psicológica, p.22-24