Tema: Discernindo os Tempos, para Fazer a Diferença
Texto: 1Cr.12:32
Introdução
Os livros de Crônicas são escritos pós-exílicos, ou seja, compilados provavelmente no século IV a.C. Importante entender que o povo acabara de voltar do cativeiro, e precisava conhecer os registros de uma nação, praticamente, destruída. Ao registrar os fatos, o escritor enfatiza o templo e os levitas, mas não menos importante, ele traça uma história, cujo alvo principal é a dinastia davídica.
Os livros de Crônicas são escritos pós-exílicos, ou seja, compilados provavelmente no século IV a.C. Importante entender que o povo acabara de voltar do cativeiro, e precisava conhecer os registros de uma nação, praticamente, destruída. Ao registrar os fatos, o escritor enfatiza o templo e os levitas, mas não menos importante, ele traça uma história, cujo alvo principal é a dinastia davídica.
Nesse ponto da
história é necessário dizer que há uma transição da morte de Saul para o
reinado nacional de Davi (12:23). O
governo de Saul foi um governo de desarrumação; e cabia ao novo rei-
Davi, a incumbência de arrumar tal bagunça. Além dos problemas internos, havia uma multidão de inimigos
externos como os filisteus, os moabitas e os amonitas, os quais deveriam ser
derrotados.
Importante entender
também, que sendo Davi o novo rei com esse turbilhão de problemas, parte da nação
não se encontrava sob o seu comando. Daí todo esforço do novo rei para consolidar o seu poder. Diante dos esforços do rei, um
exército enorme dos melhores homens de guerra, se juntou a Davi (12:22,14),
bem como o apoio sem restrição de todo o Israel (12:.40).
Mas apesar de
todo esse aparato, parece não ser suficiente para o rei e seus aliados
conquistarem o que Deus colocou em suas mãos. Em meio à narrativa acerca da mobilização do rei para unir forças,
O Espírito Santo fez questão de registrar as informações quanto ao apoio
de um pequeno grupo da tribo de Issacar (12:32), destacando algo acerca dessa
tribo, diferente de tudo que havia sido falado das demais, ao dizer que eles
eram “conhecedores da época”.
E é aqui que o povo de Deus
ganha ou perde toda batalha. Acerca
de alguns dos homens de Davi é dito: “o menor valia por cem homens, e o maior por
mil” (12:14b). Em
contrapartida, os homens de Issacar eram necessários, “para saberem o que Israel deveria
saber” (12:32). Certo estava
o salmista ao dizer: “o cavalo não garante a vitória; a despeito
de sua grande força, a ninguém pode livrar” (Sl.33:17).
Na história
dos vencedores, sempre houve a mescla de recursos e sabedoria,
não a “sabedoria deste século” (1Co.2:6), mas a que desce do Pai das luzes
(Tg.1:5,17).
Usando como ponto
de partida as informações acerca da tribo de Issacar, a pergunta que devemos
fazer é: “o que àqueles que foram
chamados para discernir os tempos, precisam conhecer em seu próprio tempo”? Vejamos algumas diretrizes apresentadas no
Novo Testamento!
I. A tendência do coração humano
(Ef.5:15-16).
A.
A Bíblia diz que o homem por mais firme que seja é
pura vaidade. Por isso Paulo disse
que “Aquele, pois, que pensa estar em pé
veja que não caia” (2Co.10:12).
B.
Diante de tal perigo, apóstolo ao observar determinado
grupo de cristãos desencaminhados do verdadeiro estilo de vida cristã,
orienta os seus leitores a evitarem viver uma farsa cristã. A advertência vem acompanhada de certa
dose pressa, pois diz ele: “remindo o
tempo, porque os dias são maus” (v.16).
C.
Mas vejam que essa sobriedade não deve ser em função
de qualquer coisa, mas com o intuito de procurar “compreender qual a vontade do Senhor” (v.17). É na busca pela vontade do Senhor que encontramos sentido e motivos
reais de viver a vida, como foi o caso do povo de Israel quando somou forças a
Davi. O escritor faz questão de
ressaltar: “porque havia regozijo em Israel” (1Cr.12:40).
D.
Aplicação
1. A genuína
vida cristã só se tornará efetivamente bem-sucedida sob os constantes desafios
da parte do Senhor. Não foi por
acaso que Paulo disse aos filipenses:
“A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as
mesmas coisas” (Fp.3:1).
Pedro na mesma linha de compromisso
disse aos seus leitores:
“... sempre estarei pronto para trazer-vos lembrados acerca destas coisas,
embora estejais certos da verdade já presente convosco e nela confirmados”
(2Pe.1:12).
2. Portanto, entendam
que o nosso tempo tem revelado uma forte tendência no coração dos crentes em
viver com indiferença às coisas do Senhor. Irmãos,
o nosso chamado foi para vivermos com sábios e não como néscios.
Eis a primeira atitude a discernirmos:
A tendência do nosso próprio
coração.
II. Os Perigos do coração humano
(2Tm.3:1-5; Mt.24:10-12).
A.
A história da igreja é como vales e montanhas, ora ela
se comporta como noiva, ora como se não fosse noiva do Cordeiro. Em meio a esse sobe e desce, é possível
discernir entre os verdadeiros e os falsos cristãos.
B.
Os adjetivos atribuídos a aos falsos crentes são mais
do que mero fracasso na fé, cada um é atribuído às pessoas que nada têm DE
Cristo e COM Cristo. A única
condição em que eles se encontram é de inimigos de Deus (2Tm.3:4), apesar da
modesta piedade (v.5).
C.
Da ótica do Mestre, a indiferença a Deus e ao Seu
reino será tão intensa, que muitos se declararão ímpios (Mt.24:12). Esse é o perigo de um coração
embrutecido e indiferente paulatinamente às coisas de Deus.
D. Aplicação
D. Aplicação
1. Irmãos,
triste do homem professo no dia em que o seu coração não palpitar mais
pelas coisas de Deus. Triste do
homem professo no dia em que as advertências divinas chegarem ao seu coração e
encontrá-lo resistente. Triste
do homem professo no dia em que dividir o seu coração com os prazeres
desse mundo.
2. Se Salomão
disse que “sobre tudo o que se deve
guardar, guarda o coração” (Pv.4:23), se Jesus endossou a idéia dizendo que
“do coração procedem maus desígnios...”
(Mt.15:19), se Jeremias disse que “enganoso
é o coração...” (Jr.17:9); então creiamos que existem perigos dos quais
devemos guardar o que entendemos como o centro da existência humana- o coração.
Eis a segunda atitude a discernirmos: Os
perigos do nosso próprio coração.
III. A Capacidade do coração humano
(Ap.6:16;9:20-21;16:21
A.
Quando leio esses textos, me vêm duas coisas à
memória: a) quão errado é o ensinamento que diz que quem não vem por amor, vem
pela a dor; b) quão tendencioso é alguém achar que o homem pode vir à graça por
disposição própria, advinda do livre-arbítrio. Essas
passagens desmascaram essas idéias, e pontuam como é perigoso um coração sem a
ação divina em sua vida.
B.
Nessa tendência perigosa do coração, vemos uma
progressão nas atitudes do homem natural:
1. O egoísmo “Caí sobre nós e escondei-nos” (6:16);
2. A indiferença a Deus “não se arrependeram” (9:20-21) e;
3. A resistência a Deus “os homens blasfemaram de Deus” (16:21b).
C.
Aplicação
1. Depois de
Genesis 3, o homem se tornou tão alienado de Deus, que se o Criador tirar o seu
controle de sobre esse ser, ele comete a mais absurda das atrocidades. Por isso que os Judeus são
culpados da morte de Cristo; Hitler de aproximadamente seis milhões de
Judeus, Saddam Hussein de outros tantos, e políticos de promoverem a miséria
de tanta gente.
2. Mas não se
impressione com esses exemplos, pois o mesmo coração de Adão foi herdado por
você. Você é um ser em potencial. Mas a despeito desse seu quadro, não se
desanime, pois o cordeiro de Deus foi dado para “tirar o pecado do mundo” (Jo.1:29), incluindo o seu.
3. Por fim,
entenda que, ao buscar ajuda para você, ou para outros, saiba que o alvo divino
é começar e terminar pelo o coração. O perigo reside ali. O problema ali é grave, mas o
medicamente é dos mais eficientes.
Conclusão
Diferente das manobras que estão sendo
feitas em muitos púlpitos, por esse Brasil afora, no intuito de mascarar uma
falsa conversão; há em paralelo um movimento que a cada dia cresce, cujo remédio
tem sido levar as pessoas a considerar o próprio coração. É esse movimento de discernimento que a igreja de Cristo precisa
promover no tempo presente. Há no entanto, algumas
atitudes a serem discernidas:
1. A tendência do coração humano.
2. Os Perigos do coração humano.
3. A Capacidade do coração humano.
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