sexta-feira, 9 de janeiro de 2015


Tema: Discernindo os Tempos, para Fazer a Diferença
Texto: 1Cr.12:32
Introdução
            Os livros de Crônicas são escritos pós-exílicos, ou seja, compilados provavelmente no século IV a.C. Importante entender que o povo acabara de voltar do cativeiro, e precisava conhecer os registros de uma nação, praticamente, destruída. Ao registrar os fatos, o escritor enfatiza o templo e os levitas, mas não menos importante, ele traça uma história, cujo alvo principal é a dinastia davídica.
Nesse ponto da história é necessário dizer que há uma transição da morte de Saul para o reinado nacional de Davi (12:23). O governo de Saul foi um governo de desarrumação; e cabia ao novo rei- Davi, a incumbência de arrumar tal bagunça. Além dos problemas internos, havia uma multidão de inimigos externos como os filisteus, os moabitas e os amonitas, os quais deveriam ser derrotados.
Importante entender também, que sendo Davi o novo rei com esse turbilhão de problemas, parte da nação não se encontrava sob o seu comando. Daí todo esforço do novo rei para consolidar o seu poder. Diante dos esforços do rei, um exército enorme dos melhores homens de guerra, se juntou a Davi (12:22,14), bem como o apoio sem restrição de todo o Israel (12:.40).
Mas apesar de todo esse aparato, parece não ser suficiente para o rei e seus aliados conquistarem o que Deus colocou em suas mãos. Em meio à narrativa acerca da mobilização do rei para unir forças, O Espírito Santo fez questão de registrar as informações quanto ao apoio de um pequeno grupo da tribo de Issacar (12:32), destacando algo acerca dessa tribo, diferente de tudo que havia sido falado das demais, ao dizer que eles eram  “conhecedores da época”.
E é aqui que o povo de Deus ganha ou perde toda batalha. Acerca de alguns dos homens de Davi é dito: “o menor valia por cem homens, e o maior por mil” (12:14b). Em contrapartida, os homens de Issacar eram necessários, “para saberem o que Israel deveria saber” (12:32). Certo estava o salmista ao dizer: “o cavalo não garante a vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar” (Sl.33:17).
Na história dos vencedores, sempre houve a mescla de recursos e sabedoria, não a “sabedoria deste século” (1Co.2:6), mas a que desce do Pai das luzes (Tg.1:5,17).
Usando como ponto de partida as informações acerca da tribo de Issacar, a pergunta que devemos fazer é: “o que àqueles que foram chamados para discernir os tempos, precisam conhecer em seu próprio tempo”?  Vejamos algumas diretrizes apresentadas no Novo Testamento!

I. A tendência do coração humano (Ef.5:15-16).
  A.    A Bíblia diz que o homem por mais firme que seja é pura vaidade. Por isso Paulo disse que “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (2Co.10:12).
  B.    Diante de tal perigo, apóstolo ao observar determinado grupo de cristãos desencaminhados do verdadeiro estilo de vida cristã, orienta os seus leitores a evitarem viver uma farsa cristã. A advertência vem acompanhada de certa dose pressa, pois diz ele: “remindo o tempo, porque os dias são maus” (v.16).
  C.     Mas vejam que essa sobriedade não deve ser em função de qualquer coisa, mas com o intuito de procurar “compreender qual a vontade do Senhor” (v.17). É na busca pela vontade do Senhor que encontramos sentido e motivos reais de viver a vida, como foi o caso do povo de Israel quando somou forças a Davi. O escritor faz questão de ressaltar: “porque havia regozijo em Israel” (1Cr.12:40).
  D.    Aplicação
      1. A genuína vida cristã só se tornará efetivamente bem-sucedida sob os constantes desafios da parte do Senhor. Não foi por acaso que Paulo disse aos filipenses:
A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas” (Fp.3:1).
Pedro na mesma linha de compromisso disse aos seus leitores:
“... sempre estarei pronto para trazer-vos lembrados acerca destas coisas, embora estejais certos da verdade já presente convosco e nela confirmados” (2Pe.1:12).
      2.     Portanto, entendam que o nosso tempo tem revelado uma forte tendência no coração dos crentes em viver com indiferença às coisas do Senhor. Irmãos, o nosso chamado foi para vivermos com sábios e não como néscios.
Eis a primeira atitude a discernirmos: A tendência do nosso próprio coração.

II. Os Perigos do coração humano (2Tm.3:1-5; Mt.24:10-12).
   A.    A história da igreja é como vales e montanhas, ora ela se comporta como noiva, ora como se não fosse noiva do Cordeiro. Em meio a esse sobe e desce, é possível discernir entre os verdadeiros e os falsos cristãos.
   B.    Os adjetivos atribuídos a aos falsos crentes são mais do que mero fracasso na fé, cada um é atribuído às pessoas que nada têm DE Cristo e COM Cristo. A única condição em que eles se encontram é de inimigos de Deus (2Tm.3:4), apesar da modesta piedade (v.5).
   C.     Da ótica do Mestre, a indiferença a Deus e ao Seu reino será tão intensa, que muitos se declararão ímpios (Mt.24:12). Esse é o perigo de um coração embrutecido e indiferente paulatinamente às coisas de Deus.
  D. Aplicação
     1.     Irmãos, triste do homem professo no dia em que o seu coração não palpitar mais pelas coisas de Deus. Triste do homem professo no dia em que as advertências divinas chegarem ao seu coração e encontrá-lo resistente. Triste do homem professo no dia em que dividir o seu coração com os prazeres desse mundo.
     2.     Se Salomão disse que “sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração” (Pv.4:23), se Jesus endossou a idéia dizendo que “do coração procedem maus desígnios...” (Mt.15:19), se Jeremias disse que “enganoso é o coração...” (Jr.17:9); então creiamos que existem perigos dos quais devemos guardar o que entendemos como o centro da existência humana- o coração.
Eis a segunda atitude a discernirmos: Os perigos do nosso próprio coração.

III. A Capacidade do coração humano (Ap.6:16;9:20-21;16:21
   A.    Quando leio esses textos, me vêm duas coisas à memória: a) quão errado é o ensinamento que diz que quem não vem por amor, vem pela a dor; b) quão tendencioso é alguém achar que o homem pode vir à graça por disposição própria, advinda do livre-arbítrio.  Essas passagens desmascaram essas idéias, e pontuam como é perigoso um coração sem a ação divina em sua vida.  
   B.    Nessa tendência perigosa do coração, vemos uma progressão nas atitudes do homem natural:
     1. O egoísmoCaí sobre nós e escondei-nos” (6:16);
     2. A indiferença a Deus “não se arrependeram” (9:20-21) e;
     3. A resistência a Deus “os homens blasfemaram de Deus” (16:21b).
  C.     Aplicação
      1.     Depois de Genesis 3, o homem se tornou tão alienado de Deus, que se o Criador tirar o seu controle de sobre esse ser, ele comete a mais absurda das atrocidades. Por isso que os Judeus são culpados da morte de Cristo; Hitler de aproximadamente seis milhões de Judeus, Saddam Hussein de outros tantos, e políticos de promoverem a miséria de tanta gente.
     2.     Mas não se impressione com esses exemplos, pois o mesmo coração de Adão foi herdado por você. Você é um ser em potencial. Mas a despeito desse seu quadro, não se desanime, pois o cordeiro de Deus foi dado para “tirar o pecado do mundo” (Jo.1:29), incluindo o seu.
      3.     Por fim, entenda que, ao buscar ajuda para você, ou para outros, saiba que o alvo divino é começar e terminar pelo o coração.  O perigo reside ali. O problema ali é grave, mas o medicamente é dos mais eficientes.
Conclusão
Diferente das manobras que estão sendo feitas em muitos púlpitos, por esse Brasil afora, no intuito de mascarar uma falsa conversão; há em paralelo um movimento que a cada dia cresce, cujo remédio tem sido levar as pessoas a considerar o próprio coração. É esse movimento de discernimento que a igreja de Cristo precisa promover no tempo presente. no entantoalgumas atitudes a serem discernidas:
     1. A tendência do coração humano.
     2. Os Perigos do coração humano.
    3. A Capacidade do coração humano.

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